<$BlogRSDUrl$>

segunda-feira, dezembro 22, 2003

GOSTO DE TI COMO AMIGO

Gosto de ti como amigo: é a frase que de ti oiço mais frequentemente e aquela que mais me custa a perceber. Não que tu a digas entre dentes ou o ruído de fundo não me permita entender o que queres dizer. Não que tu não me saibas explicar como são as coisas nem mesmo por eu ser um bocado lento. Não, não é isso.
É só porque me custa ter as mãos coladas às tuas quando me apetece fazê-las deslizar por esse teu corpo para to apertar contra o meu e abraçar-te até que os nossos corações se toquem.
Ouvir as coisas bonitas que me dizes quando me olhas nos olhos e preferir que mas digas ao ouvido, que é como sabe melhor por se sentir o ar que expiras bem junto a mim.
Sentir o teu rosto colado ao meu quando só dá vontade de virar a cara e deixar que a tua boca toque na minha.
Deliciar-me com o lindo sorriso feito a pensar em mim quando os teus olhos cruzam os meus, e ter vontade de, naquele instante, dizer que te amo.
Só custa porque é complicado imaginar que seremos amigos durante todas as nossas vidas, mas nunca poderemos dizer que essas vidas, a tua e a minha, foram feitas para ser uma só.



terça-feira, dezembro 02, 2003

MÃOS

Quando te vejo tremo muito e fico sem jeito, parece que caí numa piscina morna e que as mãos suam sem parar por muito que as tente secar continuamente às calças e à camisola e a tudo o que me vier à mão, só porque tenho vergonha de que fiques a pensar que não sou asseado e que não as costumo ter limpas nem secas. Quando te vejo as coisas ficam mais escuras porque tu brilhas mais do que tudo o resto. Quando te vejo parece que encolho porque tu és muito bonita e pareces enorme ao lado de todos quanto vejo também e conheço. Quando te vejo só vejo os teus lindos olhos castanhos e as tuas mãos passeando ao de leve pelo teu cabelo, quem dera fosse o meu, e o sorriso lindo que me faz esquecer que já estive triste, ainda mais com a elegância das tuas mãos segurando a ponta de um cigarro aceso enquanto eu observo, à espera do momento certo para falar. Quando te vejo penso que trouxe calças sem bolsos porque nunca os consigo encontrar e portanto surpreendes-me sempre com as mãos escorregando, húmidas, pelo espaço vazio dos meus bolsos ao longo de quase toda a extensão das minhas pernas, tentando encontrar um sítio onde as apoiar enquanto não posso pô-las à vista. Quando te vejo apetece-me fumar dois maços de Ventil seguidos até porque a primeira coisa que tu fazes é acender um dos teus cigarros, e tenho a certeza que com um cigarro só eu ficava mais calmo e talvez assim conseguisse falar contigo, mas com as mãos húmidas, molhadas, encharcadas em suor nervoso só mesmo por te ver, tenho a certeza de que não ia conseguir fumar, e talvez seja por isso que tu até hoje ainda pensas que eu não toco em cigarros…



This page is powered by Blogger. Isn't yours?